As páginas marcadas significam muito mais que despertar atenção do próximo leitor.
Vincos e rasgos, por vezes rabiscos e frases mal acabadas e vazias, recordam meu tempo de infância onde os fazia por capricho, porém dessa vez seguiu-se diferente. Folhas sujas e com orelhas fazia explícito as vezes que havia sido folheada.
Talvez minhas mãos a contaminaram, talvez ela contaminou meus sonhos e me fez ver mais. Embora ainda seja pouco, é gradativo...
Mais de dez anos de servidão à um disparate, fruto de incitação social e generalidade esmolando solução e explicação para o futuro-presente, que foram muito proveitosos e me renderam um juízo e tino para diferenciar e me definir à esquerda.
Cabeças e joelhos cobertos não são sinônimos de virgindade, menos ainda espiritual. Lágrimas, devoção e a caça por piedade me repelem, sinto-me miúda e fraca entre as varejeiras e larvas e sei que minha preferência sempre foi por sanguessugas, que se embebedam de curiosidade e não virtudes, que a engolem para conceber opinião própria e não seguir a procissão e imunes de liturgia trivial.
Longe de ser intencionalmente produzido para expor e hegemonizar, é cautela - também traiçoeira e equivocada - que se diz ser sensata e prudente entre tanta balela.
É desafiadora, complexa, instigante e mágica! Faz crenças e falta dela reduzirem a um passado penosamente blasfemo onde os novos valores de integridade são mais tortuosos, mas o calvário é necessário para o reino glorioso da ultravida ser atingido? A cólera cada dia mais salgada, a muamba de ensinamentos mais flexível e os leais seguidores mais bocós, não por falta de verdade, mas por excesso de filantropia desfigurada e politicagem. Já que essa é a última perspectiva de melhora e acreditar em promessas é mais fácil.
O código rasgado, riscado e sujo não é uma afronta à doutrina que se faz presente nela, e o preceito de igualdade e perdão são culminantes até a ultima forma de não tentar achar explicações e fazer a contradição aflorar.