sexta-feira, 29 de abril de 2011

Exibicionismo

Ela entrou naquele lugar turvo pela fumaça de meia dúzia de cigarros acesos na mesa próxima a porta, a espera de seus donos retornarem com copos cheios.
Ela se sentou no último banco, no final do corredor que cuspia um emaranhado de calor e medo. Uma náusea tomou conta daquele corpo que era despido rapidamente pelos olhares das outras que se mantinham nos cantos mal iluminados pelos desejos dos outros.
A luta estava no auge. Os corpos suados e ventres trêmulos ocupavam as cabeças libertas do dia que o sol a pino fez brotar fogo do chão. Todos os olhos acompanhavam uma disputa espetacular que a palavra fazia seu reinado na mais plena ausência.

* * *
Cena de um sonho tardio, de uma vontade de asas...