domingo, 6 de junho de 2010

Ideal de mulher

É muito mentira o que revelam as enquetes de revistas masculinas quando concluem que homens gostam de mulheres inteligentes como ideal de companheirismo ao longo da vida.

As colunas semanais que publicam opiniões dessa ordem priorizam uma descrição física de uma gostosa com peitos e bunda (quase) em excesso e com intelecto que acompanhe essas proporções. Embora sejam raras as personificações dessa descrição em sua forma completa - bunda, peito e cérebro - é essa a vontade que, supostamente, seria da maioria dos homens.

Não há como negar que nós, mulheres, também somos contagiadas por um belo par de pernas e um andar sedutor. O olhar para traz quando elas passam é unisex.
Quando minha mãe me dizia que homens escolhem as mulheres que pensam mais e são mais verdadeiras na vida, eu acreditei. E hoje vejo o quanto ela estava errada, ou eu, por acreditar.

Vamos fazer uma pesquisa de opinião: qual o homem que não quer uma mulher inteligente ao lado para apresentar aos amigos e saber que ela vai impressionar a todos com uma conversa de conteúdo, conversar depois do sexo, acompanhar uma vida social de programas que vão além de visitinhas ao shopping; enfim de alguém um pouco menos superficial que os modelos de Barbie que domina a atualidade?

Tenha certeza que todos responderiam que essa é a mulher dos sonhos!
Você acreditaria? Não caia no mesmo erro que eu cometi um dia em acreditar, lá atrás quando minha mãe me disse o mesmo. A verdade é que eles gostam das burras! Que falam sempre no diminutivo, que são submissas e superficiais!

Minha avó sempre contava para as netas que as amantes sempre são gostosas e burras, por acreditar em falsas promessas e tantas outras coisas... Hoje as coisas se inverteram: as gostosas e burras são as esposas e as inteligentes (nem sempre gostosas) amantes!

Uma boa noite não se reduz a um sexo animal com um espartilho de oncinha e muita transparência com um belo par de pernas, é também uma conversa de pernas entrelaçadas e olhares para o teto com risos e cumplicidade que preencha fisicamente os espaços de um quarto de motel ou no carro numa rua pouco movimentada.

Essa inversão, talvez, seja pela valorização do corpo como objeto de barganha no
jogo da sedução ou, simplesmente, por eu estar errada.